terça-feira, 20 de julho de 2010

Como foi criado o Logo da Copa 2014?


Muito fácil entender. Até o Salomão concordou.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O vôo cego

O mundo acordou triste. Perdemos um gênio da literatura portuguesa, e mais que isso, perdemos mais um apaixonado por futebol. Durantes as visitas secretas ao Estádio da Luz, Saramago filosofava sobre os heróis na arquibancada. Vibrava e sofria como um apaixonado. Pois o que é o torcedor de futebol senão o próprio elogio da cegueira?
Hoje(18/06/2010) aos 87 anos não há vuvuzela que quebre o silêncio da perda deste gênio português. Que os nossos patrícios façam juz ao hino nacional e erguam suas armas. Que lembrem das palavras de Saramago após mais uma derrota portuguesa: "O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que não são definitivas."
E para aqueles que podem olhar, vejam. Para os que podem ver, reparem.
Descanse em paz poeta pontual!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Moinho Alvi-negro


É Joel, o mundo é um moinho. A frase simboliza o que foi a conquista do Botafogo no Campeonato Carioca de 2010. Um torneio fraco, que se enfraquece cada vez mais, onde o "impossível" aconteceu. Mas eis que a magia do futebol sempre dá a sua cara. Ontem não foi diferente. Todas as lentes voltadas para o atual campeão brasileiro, que com um ataque invejável acabava com qualquer defesa. Bastou enfrentar uma zaga fraca e com um pouco mais de vontade para aparecer duas perguntas: Cadê o império do amor? O que tem na prancheta do Joel?
O segredo é simples: para ser campeão não basta ter elenco. Jogar com afinco, empenho, sangue nos olhos é fundamental. O Botafogo foi isso. Demorou para engrenar. No ataque a raça argentina de Herrera, e a frieza e inteligência de Loco Abreu fizeram a diferença. A experiência de Leandro Guerreiro motivou o restante do grupo. A segurança de Jefferson no gol anulou a fraqueza defensiva. Mas claro, ainda faltava o último segredo da prancheta: humildade. Principalmente para aceitar que o time era limitado, e depois para saber jogar em cima dessas limitações.
Ontem parecia que o torcedor alvi-negro já sabia que a fila chegava ao fim. Horas antes do derby final, centenas de botafoguenses exibiam com orgulho as camisas e bandeiras que consagraram eternos craques. Nilton Santos e Garrincha eram os mais reverenciados. Durante a partida o futebol arte ficou de lado. Espetáculo mesmo só nas arquibancadas. Para variar os flamenguistas compareceram em peso. Na outra metade da arquibancada, uma enorme faixa lembrava 22 jogadores que brilharam no Botafogo, e claro, lá estavam aqueles orgulhosos torcedores cantando sem parar.
Após 21 anos, o Botafogo conquista o 19° campeonato sendo campeão do turno e returno do estadual. Ao som de "Vou festejar" e com lágrimas nos olhos, o coro não acreditava que chegava o fim o sofrimento. Inciava ali mais um motivo de alegria e honra de ser alvi-negro. Poesia digna do mestre Armando Nogueira. Festa para os vivos e para os mortos. Acabou o purgatório, sorriam gloriosos! Hoje o Rio de Janeiro acordou mais feliz.
"Tire o seu espinho do caminho que eu quero passar com a minha dor".



terça-feira, 23 de março de 2010

Olho no Lance


É de deixar Pierce e Saussere arrepiados! Sou daqueles caras que se apaixonam por um belo olhar. Um simples olho claro me enfeitiça de uma forma que não sei explicar. Muita coisa acontece em uma simples focada visual. Até um super míope - esse que vos escreve - enxerga certos símbolos, signos e significados. As vezes as palavras são pequenas para o olhar perdido no nada... um cachorro pidão pedindo misericórdia pela comida na mesa - o meu beagle sabe fazer isso muito bem... ou a simples mirada querendo dizer algo mas sem coragem de soltar palavras. Quem nunca reparou quando uma pessoa fica te olhando sem dizer nada, e no fundo você sabe que ela quer dizer algo?! Por sinal, reparou quantas vezes você piscou pensando nisso?!
Talvez por isso, logo de cara, o título do filme argentino que ganhou o Oscar 2010 (melhor filme estrangeiro) chamou tanto a minha atenção. Na fila do cinema descobri que o diretor era o mesmo do filme "Clube da Lua" e "O Filho da Noiva". Melhor ainda, que o ator principal era o mesmo - por sinal eles só trabalham juntos. Com o ingresso na mão, fui logo buscar a minha poltrona, que ritualmente fica sempre na última fileira. As luzes se apagam e começa a fantasia:
Com uma boa dose de humor, drama e romance, o filme fala sobre paixões. Seja ela platônica ou real, carnal ou espiritual, vício ou futebol. Isso mesmo, futebol! É exatamente durante uma partida entre Huracan e Racing de Avellaneda que desenrola a cena mais surprendente da película. Se os hermanos ainda não são melhores que a gente no futebol, na sétima arte eles aplicam uma goleada[infelizmente tenho que admitir].
No mais, a história acontece em tempos recentes, e mostra a vida de um ex-inspetor da polícia federal argentina(Benjamin Espósito) que se aposenta e resolve escrever um romance. O livro narra um caso de assassinato que aconteceu em plena ditadura militar, na década de 70, que foi mal resolvido, e no qual o escritor é o principal personagem. Nessa época, Benjamin e sua trupe passam anos procurando o autor do crime, até que algo inesperado acontece. O destaque da trupe é o amigo de trabalho de Benja, o cômico, bêbado e inteligente Sandoval. Tirando a parte etílica, o personagem lembra muito um grande amigo tricolor das laranjeiras.
Alternando espaço temporal, o ex-agente compartilha os rascunhos do romance com um amor mal resolvido, nada mais nada menos que a sua ex-chefe. Tenso né não?!
O filme vale cada centavo da meia entrada que paguei. Se o bonequinho tivesse Cavaco no sobrenome, aplaudaria de pé, no compasso do tango de Caminito.
Siga el baile!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Folga


Quem faz plantão no trabalho está intimamente ligado com o título deste texto. A folga é aquele descanso merecido, salvador, que tanto merecemos. Mas calma! Muita calma nessa hora... Nem sempre o tão desejado "nada pra fazer" pode ser tão saudável assim.
Não existe palavra do vocabulário português mais complexa para qualquer proletário do que a folga. A danada pode trazer sorriso e ao mesmo tempo preocupação. Se a sua empresa trabalha com banco de horas então... quem é jornalista sabe bem do que estou falando.
Folga. Mesmo radical da palavra FOLGAdo. Concordam que daí já poderiam perceber a encrenca? Normalmente uma pessoa folgada é aquele ser mala, "João sem braço" que só atrapalha os outros. Aí vossa senhoria me pergunta: Mas cadê o sentido nisto tudo?
Respondo: Já reparou que na maioria das vezes que folgamos sempre aparece um folgado para te chamar de vagabundo?! O cidadão trabalha a semana inteira sem descanso e justamente quando está querendo ficar na cama, aparece um infeliz que comenta:
- Que vida boa ein! Queria ter essa vida molezinha.
Esse fenômeno acontece na verdade porque a folga do trabalho normalmente acontece exatamente naquele dia em que todos os seus amigos estão ocupados, ganhando o pão de cada dia, abastecendo o leitinho das crianças. Murphy pode explicar.
Quem tem mãe que não suporta alguém parado em casa(meu caso) é quem mais sofre com a situação. Já repararam que mãe pensa que somos peão de obra? Pra mim é quase impossível ficar uma folguinha sem pregar um quadro, ajeitar uma gaveta ou deslocar o sofá da casa.
Colocando a dita cuja na balança -- a folga, é claro -- o fator positivo ainda compensa. Afinal de contas, se não fosse este descanso merecido, este que vos escreve não daria este testemunho.
E viva a mais valia!
Amém!