terça-feira, 23 de março de 2010

Olho no Lance


É de deixar Pierce e Saussere arrepiados! Sou daqueles caras que se apaixonam por um belo olhar. Um simples olho claro me enfeitiça de uma forma que não sei explicar. Muita coisa acontece em uma simples focada visual. Até um super míope - esse que vos escreve - enxerga certos símbolos, signos e significados. As vezes as palavras são pequenas para o olhar perdido no nada... um cachorro pidão pedindo misericórdia pela comida na mesa - o meu beagle sabe fazer isso muito bem... ou a simples mirada querendo dizer algo mas sem coragem de soltar palavras. Quem nunca reparou quando uma pessoa fica te olhando sem dizer nada, e no fundo você sabe que ela quer dizer algo?! Por sinal, reparou quantas vezes você piscou pensando nisso?!
Talvez por isso, logo de cara, o título do filme argentino que ganhou o Oscar 2010 (melhor filme estrangeiro) chamou tanto a minha atenção. Na fila do cinema descobri que o diretor era o mesmo do filme "Clube da Lua" e "O Filho da Noiva". Melhor ainda, que o ator principal era o mesmo - por sinal eles só trabalham juntos. Com o ingresso na mão, fui logo buscar a minha poltrona, que ritualmente fica sempre na última fileira. As luzes se apagam e começa a fantasia:
Com uma boa dose de humor, drama e romance, o filme fala sobre paixões. Seja ela platônica ou real, carnal ou espiritual, vício ou futebol. Isso mesmo, futebol! É exatamente durante uma partida entre Huracan e Racing de Avellaneda que desenrola a cena mais surprendente da película. Se os hermanos ainda não são melhores que a gente no futebol, na sétima arte eles aplicam uma goleada[infelizmente tenho que admitir].
No mais, a história acontece em tempos recentes, e mostra a vida de um ex-inspetor da polícia federal argentina(Benjamin Espósito) que se aposenta e resolve escrever um romance. O livro narra um caso de assassinato que aconteceu em plena ditadura militar, na década de 70, que foi mal resolvido, e no qual o escritor é o principal personagem. Nessa época, Benjamin e sua trupe passam anos procurando o autor do crime, até que algo inesperado acontece. O destaque da trupe é o amigo de trabalho de Benja, o cômico, bêbado e inteligente Sandoval. Tirando a parte etílica, o personagem lembra muito um grande amigo tricolor das laranjeiras.
Alternando espaço temporal, o ex-agente compartilha os rascunhos do romance com um amor mal resolvido, nada mais nada menos que a sua ex-chefe. Tenso né não?!
O filme vale cada centavo da meia entrada que paguei. Se o bonequinho tivesse Cavaco no sobrenome, aplaudaria de pé, no compasso do tango de Caminito.
Siga el baile!