sexta-feira, 11 de maio de 2012

O legado de Akira


Quando era moleque, lá por volta de 93 ou 94, ouvi falar pela primeira vez do filme. Desde pequeno sou fascinado pela cultura oriental e seus produtos. O que inclui os mangás ,animes, além daquelas deliciosas balinhas facilmente encontradas no bairro da Liberdade, em São Paulo. Toda essa devoção é fruto da grande família global que ganhei em Aracaju.

Lembro com clareza da primeira vez que avistei esse cartaz acima. O Kaneda em sua sensacional moto. Style, né não?! Na mesma hora insistimos para o tio Edson gravar o filme, e não deu outra, fui assistir com meus "primos" no VHS gravado (baita tecnologia na época). Moral da história: que viagem... Não entendi absolutamente nada. Apenas curti muito as cenas de ação. Certamente não era um desenho para crianças, rs.

Depois de muitos anos, mais exatamente em 2011, dei de cara com um DVD duplo do famoso anime nas Lojas Americanas. Um flash de memórias passou imediatamente na minha mente e instantaneamente, quase que automaticamente, adquiri aquele exemplar. Lembro de ter comentando com amigos, em conversa de bar, da dificuldade de entender aquele troço. Mas que apesar de não ter entendido nada, tinha como desafio tentar compreender o que se passava na mente do autor e porque ele ainda é tão aclamado. Após tanta preguiça, resolvi encará-lo neste fim de semana. Olha, não me arrependi. De fato é um filmaço!

Akira é um dos mangas mais populares do Japão e um clássico do gênero Cyberpunk. Criado por Katsuhiro Otomo, em 1982, e lançado como filme, em 1988. O filme mostra um olhar marginalizado da sociedade, da artificialidade das relações, misturado com tecnologias. Ou seja, isso foi pensado na década de 80 e olha só como estamos agora. Dizem que Otomo retratava o próprio Japão dos anos 60.

Com cenários bem trabalhados, muita ação, roteiro excelente, embora confuso as vezes (acredito que propositalmente, para mostrar a confusão da sociedade retratada), o que lembra muito Matrix (no contexto da análise social), Akira é de fato um filme que vale ser visto muito mais vezes. Cada detalhe é uma reflexão. Para quem gosta de temas profundos, fica a dica.

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